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Planejamento Estratégico

Desenvolver e executar o planejamento estratégico é fundamental para permitir uma visão de médio e longo prazo, além de servir de guia para orientar executivos, gerentes e colaboradores rumo ao mesmo propósito e à conquista dos objetivos da empresa. Quando está claro aos colaboradores qual a missão, a visão, os valores, as políticas internas e as expectativas da empresa em relação ao caminho a se seguir, bem como quais metas se deve atingir para alcançar objetivos maiores, é muito mais fácil engajar colaboração e, inclusive, criar um ambiente de sinergia onde todos se sintam responsáveis e igualmente recompensados pelo sucesso. Planejar é um processo e deve ser desenvolvido por empresas inseridas em qualquer tipo negócio, sem depender do seu porte ou mesmo do mercado em que atua. Vale ressaltar que a complexidade da sua empresa determina a complexidade do seu planejamento estratégico. Seja qual for o nível de cultura organizacional em que seu negócio se encontra, para desenvolver um planejamento estratégico é preciso que haja um mínimo de estruturação e que se sigam algumas etapas bem específicas.

"A melhor maneira de nos prepararmos para o futuro é concentrar toda a imaginação e entusiasmo na execução perfeita do trabalho de hoje." (Dale Carnegie)

Etapa 1: Pilares Institucionais

É importante estabelecer os pilares fundamentais para cultura organizacional da sua empresa. Definir missão, visão, valores e políticas que estejam alinhadas com seus propósitos para que apoiem e orientem a tomada de decisões, bem como orientem as futuras diretrizes estratégicas. A missão é a razão pela qual a sua empresa existe. A visão determinada suas aspirações como organização. Por sua vez, os valores representam os princípios que guiam a cultura da empresa e, inclusive, dos colaboradores. Empresas que já possuem essa parte do planejamento estratégico desenvolvida, devem reavaliar seus pilares fundamentais a fim de verificar a necessidade de alterações em função de redirecionamentos. As empresas costumam mudar bastante ao longo dos anos, passando por fusões, cisões, incorporações e até mesmo desmembramentos. Desse modo, é importante ajustar as velas de tempos em tempos e isso pode gerar necessidades de atualização desses pilares fundamentais.

"Cada sonho que você deixa pra trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir." (Steve Jobs)

Etapa 2: Diagnóstico organizacional

Compreender a situação atual do ambiente interno e externo da organização requer um olhar crítico e sistêmico para dentro da empresa, para seus processos, para seus produtos, para o modo e a abordagens de comunicação interna e externa, bem como para projetos, produtos e pessoas. Da mesma forma, requer um olhar para fora, para o mercado de atuação, os fornecedores chaves, os parceiros chaves, os stakeholders que interagem no macroambiente, tudo isso com o objetivo de entender e contextualizar sua situação atual. Para gerar valor e resultados relevantes nesse momento inicial, é importante envolver sua equipe de trabalho e identificar os diferenciais, os potenciais, bem como os pontos que precisam ser melhorados. É o momento de observar e entender as reais forças, oportunidades, fraquezas e ameaças, utilizando a “Matriz SWOT”. Além da Análise SWOT (FOFA), existem inúmeras ferramentas de pesquisa e análise, bem como diferentes metodologias aplicáveis específicas para cada tipo e tamanho de organização, o que facilita e aumenta o foco de análise em acordo com cada tipo empresa, para levantar informações mais relevantes e ampliar o resultado nessa etapa.

"Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas." (Sun Tzu)

Passo 3: Objetivos, metas e indicadores de resultado

Com as etapas anteriores concluídas e formalizadas, é chegado o momento de identificar quais são as principais demandas em ordem de priorização, para definir novos objetivos, metas, ações, investimentos, recursos necessários, bem como mensurar o tamanho dos esforços das equipes para iniciar um projeto de melhoria. Seja qual for o propósito da empresa, é recomendado o envolvimento de todas as pessoas relevantes ao projeto de melhoria, para um trabalho participativo que gere senso de propriedade e engajamento nas pessoas que conduzirão a execução do plano estratégico. Um ponto muito importante nessa etapa é que os objetivos devem ser desafiadores, mas realistas. Desse modo, não eleve muito a régua com números quase que impossíveis de serem alcançados dentro da realidade de sua empresa ou do seu mercado. Para definir seus objetivos é importante a utilização da metodologia SMART, pois eles precisam ser específicos, mensuráveis, atingíveis, realistas e temporizáveis. Uma metodologia bastante aplicada quando o assunto é planejamento estratégico é o BSC (Balanced Scorecard). Desenvolvida pelos professores Robert S. Kaplan e David P. Norton da Harvard Business School, tem o objetivo de atuar diretamente no gerenciamento das estratégias macro da empresa, sendo utilizada por grandes corporações e observada por meio do "Mapa Estratégico" que elenca os principais objetivos estratégicos da empresa de forma clara e objetiva. Para um acompanhamento mais preciso do quão perto dos objetivos estamos, se faz necessário o levantamento de metas de acompanhamento, ou seja, pequenas conquistas que, em série, te levarão ao atingimento dos objetivos maiores. Para completar o quadro, definem-se os indicadores de resultado, que permitirão de forma visual analisar como está o desempenho das metas, tornando possível ajustes ao longo do tempo para que se alcancem os resultados planejados. Para que o trabalho gere resultados eficazes é de suma importância que todos os colaboradores envolvidos tenham ciência dos seus objetivos, metas e indicadores para que, dessa forma, saibam das expectativas da empresa em relação ao seu desempenho e tenham, de forma clara, o caminho que devem percorrer para atingirem e entregarem seus resultados. Uma maneira de tornar o acompanhamento dos resultados algo tangível, prático e que envolva toda equipe é a utilização de ferramentas de BI (Business Intelligence) ou links para locais com os indicadores ou mesmo a adoção de quadros onde os indicadores podem ser atualizados e expostos num ambiente em comum a todos.

“Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia.” (William Edwards Deming)

Passo 4: Planos de ação

Nessa etapa o envolvimento das pessoas é tamanho que todos já sabem onde a empresa está, o que e quem ela é e onde ela precisa chegar. Desse modo, é chegado o momento de partir à ação, literalmente. Os planos de ação são os caminhos que levam a conquista das metas e, como consequência, aos objetivos da organização. É preciso criar e definir as ações que se fazem necessárias, quem serão os responsáveis por cada ação e quais os prazos para que estas ações sejam executadas. Formalizar todas essas informações para que se tornem, de fato, compromissos dos envolvidos, é um grande diferencial entre um objetivo concluído ou um objetivo não alcançado. Existem muitas formas de registro, mas uma ferramenta clássica e prática para organizar os planos de ação é o método 5W2H (O quê? Por quê? Como? Quem? Quando? Quanto?). Outro fator decisivo para conquistas é compreender que nem tudo deve ser considerado prioridade. É fundamental priorizar as ações para que elas sejam executadas por ordem de importância ou o que for mais simples ou mais urgente ou o que você definir que deve ser realizado primeiro. Uma ferramenta prática e fundamentada para elencar prioridades é a "Matriz GUT" (Gravidade; Urgência e Tendência). Defina quais ações farão diferença para conquistar os seus objetivos e inicie por elas.

“Planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com o futuro de decisões presentes.” (Peter Drucker)

Passo 5: Acompanhamento, análise e retroalimentação

Esta etapa é fundamental para que se alcancem os resultados do esforço de planejamento estratégico. Deve ser defina uma periodicidade de reuniões de acompanhamento e análise dos resultados para que os processos e pessoas envolvidas possam se encontrar, apresentar os resultados alcançados, debater sobre pontos de ajustes e melhoria, bem como alinhar demandas para o próximo encontro. A periodicidade desses encontros deve ser formalizada. A quantidade de encontros vai de encontro com as necessidades da sua empresa. Quanto mais complexo o cenário há uma forte tendência de mais encontros e vice-versa. Mas concentre-se na ideia de que as equipes devem se encontrar de tempos em tempos para apresentar seus resultados e reajustarem as velas em direção aos objetivos da empresa. A atitude de liderança da empresa faz diferença nessa etapa para manter a motivação e o engajamento das pessoas, mesmo que os resultados não se apresentem positivos. Adotar uma cultura estratégica e organizacional não é tarefa simples. Por isso, é papel do líder estimular a criatividade, a proatividade e a união da equipe, para que se mantenham alinhados com os propósitos planejados. Com nosso mundo a cada dia mais conectado, veloz e volátil, a realidade da empresa pode mudar de um momento para outro. É extremamente importante estar atento e revisar a prioridade de execução dos planos e ações para cada novo cenário. Dessa forma, considere que revisões periódicas serão necessárias para realinhar qualquer desvio observado ao logo do trajeto.

"A maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns." (Abraham Lincoln)

Saiba mais sobre planejamento estratégico acessando os links a seguir:

Harvard Business Review BR - Colocando o Planejamento Estratégico em ação

Portal Administração - Colocando o Planejamento Estratégico em ação

Blog da Qualidade - Diferença entre Planejamento Estratégico, Tático e Operacional

Wikipedia - Planejamento Estratégico

Por João Paulo Rossoni Búrigo

Postado em 07/07/2020

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